quinta-feira, 14 de abril de 2011

Torto

Deixo a porta aberta se quiser voltar
mas saiba que eu também consigo viver só
A solidão quem me ensinou a ser mais forte
E a qualquer lugar eu vou sem medo (...)

Acordei estranha e quase ninguém percebeu.
Vou começar dizendo que é muito triste quando você descobre que está sozinha. Sem par.
Venho percebendo isso há dias, de maneiras diferentes e hoje não pude deixar de notar como ser sozinha é tão bom e ruim ao mesmo tempo. Detesto sentimentos ambíguos, como amor e ódio, ciúme e desejo, dor e alívio.
Em vez de matar esse nó lendo textos alheios e tentando encaixá-los nessa minha pequena história torta, resolvi que eu, melhor do que ninguém, seria a escritora fiel desse roteiro. Porque eu posso entender quase nada sobre cinema, mas posso contar uma história sem esquecer dos pontos finais...
São quase quatro anos de incertezas e passos em falso e, apesar dessa minha segurança montada, eu estou perdida. Com apenas 20 anos já me sinto calejada pelas tantas outras lágrimas que derramei quando não sabia o que dizer, mesmo que isso não importe tanto. Eu sei do sofrer pelo que já passei e me assusto em pensar que isso pode ser apenas um grão de areia comparado ao que um dia eu vou perder. São quase quatro anos segurando gritos, separando sentimentos e levando a vida da forma simples que eu sempre quis. Quase quatro anos, fingindo ser feliz sozinha, escondendo a falta de amor, me refugiando na saudade e dormindo encolhida no frio dessa cidade. Quatro anos, quase.
Eu já contei a algumas pessoas que meu maior medo é morrer sozinha. Por que? Tenho pouco contato com minha família, além dos meus pais e irmãos, vejo o restante apenas uma vez por ano. E é nessa única vez que vejo minha tia mais querida. Nunca me contarem ao certo, mas ela tem lá seus quase 70 anos, não teve filhos e não se casou. Quando acordo e percebo que nesses meus 20 anos não tive nenhum alguém, pareço mais próxima da história da minha tia. Ela é feliz, mas é sozinha. Eu sou feliz, mas sou sozinha...
Minha mãe sempre disse para eu parar de comparar meus passos com de sua irmã. Não consigo. Comparo e me assusto. É inevitável.
Eu ia escrever esse texto para uma determinada pessoa, mas prometi a mim mesma que isso não passaria de mais um lance errado no qual me meti. Acho que uma das coisas que mais sei fazer é errar, não apenas errar, mas errar feio. Se o amor é cego, mudo e surdo, o meu, além de tudo isso, é burro, manco e tem memória fraca. Ele nunca chega a tempo e sempre confunde o duvidoso com o errado. Sem intenções de escrever algo bonito e reflexivo, esse é um daqueles textos que expulso meus fantasmas e os vejo fora de mim...quem sabe assim não os entendo.
Se é que alguém lê o que escrevo aqui, queria dizer que está difícil dosar o desespero e a razão. Muito difícil. Eu sei que tem gente que pode dar um passo atrás depois dessas palavras, mas uma coisa é certa, eu não criei meus monstros sozinha. Só os alimentei sem medo de vê-los crescer.

Acabei não dizendo qual o lado bom de estar sozinha. Ser sozinha é não confiar em ninguém além de você e isso, meus queridos, só você pode mudar, ninguém pode quebrar e nem pedir de volta.
Boa noite.



E sim, eu gosto muito de Detonautas.

sábado, 2 de abril de 2011

Nota mental

Preciso dizer que eu não quero a minha vida de cabeça para baixo mais uma vez. Olha, eu já sofri muito há algum tempo e confesso que são poucas as recordações que quero levar comigo de toda aquela história. Infelizmente ela vem passando diante dos meus olhos diversas vezes e, sinceramente, saudade é a última coisa que eu sinto.
E, já que falei da saudade, precisava dizer que sinto falta de saber que posso contar com vocês. Nunca fiz o tipo de querer impor um fato que não é evidente, por exemplo, não posso ser aquilo que você não quer que eu seja em sua vida. Nesse caso, em suas vidas.
Eu acho que preciso voltar para casa e organizar as ideias, porque eu decidi hoje que não quero mais deixar pra lá. O dia foi longo e minhas tentativas de não pensar em vocês foi falha ao ponto de eu estar aqui, escrevendo mais uma vez.
Publico esse texto torto agora, mas provavelmente vou apagá-lo assim que me der conta que eu não posso fazer o melhor sozinha. Eu nunca pude.