segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Com relacionamentos anteriores aprendi...


Que sou chata. Que posso ser incrivelmente mimada. Que sei magoar, no entanto, pratico até a exaustão o pedido de desculpas. Aprendi que tudo deve ser detalhado e explicado. Deixar palavras e argumentos implícitos é entrar na zona de risco, comprometendo próximos passos.
Aprendi que devo mentir e omitir. A sinceridade pode atrapalhar e o que era para ser uma conversa tranquila sobre o tempo, pode se transformar em uma discussão sem pé nem cabeça. Eu nunca estou inteiramente certa, e me atrevo a dizer que nem completamente errada. Equívocos acontecem, e por que não ignorá-los?
Aprendi que você não deve acreditar quando lhe chamam de romântico. Existirá sempre alguém mais romântico que você, e isso lhe fará pensar que é um andróide do século XXI.
Umas das lições primordias: eu nunca vou estar satisfeita. Duvido que você sempre esteja satisfeito com tudo, pelo menos nesse caso eu assumo e afirmo. Quer que te liguem? Ligue primeiro. Quer conversar? Tome a iniciativa. Precisa de um tempo? Fuja sem deixar rastros. Quer ser compreendido? Compre um cachorro.
Aprendi que aquela frase "um gesto vale mais que mil palavras" traduz o momento de silêncio em que uma mão sobre a outra te faz se sentir alguém para alguém.
Aprendi que Vinicuis de Moraes era um sonhador, mas sua sabedoria ultrapassava o limite do real. "... que seja infinito enquanto dure."
Que eu não sou a única preocupada em sair/manter ileso. Mesmo sem querer eu posso machucar... mas não posso curar em todo momento.
E descobri, afirmei e me conformei com a ideia de que nunca provei de um relacionamento longo e com vasta aprendizagem. Fiz testes, recolhi informações e caí na mesma pergunta de sempre: eu sei brincar disso?

Sujeito a possíveis alterações. Abraço.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Manual Feminino: como lidar com a TPM em 22 passos

-Não me diga bom dia.
-Não deixe de me cumprimentar.
-Não me critique.
-Seja sincero.
-Não venha com assuntos polêmicos.
-Não deixe eu ser a última a saber das coisas.
-Não diga que eu estou brava.
-Não fale que estou manhosa.
-Não afirme que estou carente.
-Você ouve e concorda.
-Responde quando a resposta for solicitada.
-Identifica perguntas reciprócas, e fica calado.
-Não pergunte porque estamos chorando.
-Quando o problema é meu, ele é só meu, certo?!
-Eu estou certa e você errado, a não ser que concorde comigo.
-Você deve ter a sua opinião.
-Se sua opinião for contrária a minha me conte em um momento mais oportuno.
-Não dê trela as minhas provocações e grosserias.
-Não deixe de brigar comigo.
-Não perca o amor aos seus dentes.
-Por fim: me dê chocolate e estamos conversados.

Uma semana, todo mês, por muitos anos. Assim eu conclui que é questão de costume.

Manual especialmente dedicado ao meu ogro de estimação,
Guilherme Santana .

Assim


Só feche a porta.
Sente e tome essa cerveja comigo. Me conte como foi seu dia, o que te aborrece e para onde quer ir depois daqui.
Posso lhe oferecer um colo, a atenção que guardo e cultivo por aqui. Se isso não ajudar ainda posso te chamar para ficar comigo essa noite. Teremos tempo para conversar, aquelas conversas que há tempos não temos, sobre o irrelevante e cômico, sobre mim e você, quem sabe mais sobre mais sobre mim.
Já não falávamos do acaso, seu semblante desanimador polui tudo a minha volta. Eu ainda gosto de você, mas o que construímos só pode seguir adiante quando você desejar o mesmo que eu: que isso aconteça. Pense mais uma, duas, três, quatro, quem sabe cinco vezes. Prefiro números ímpares, e por fazer o que você não faz decidi ficar só. Esta noite, apenas uma, apenas eu.
Se deve esquecer o que eu lhe disse? Que pertinente indecisão, faça dela o que preferir.
E por favor, feche a porta ao sair.

Obs: Se eu tivesse um heterônimo, eu daria a ele os créditos desse texto.
Até meus queridos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uma, duas, três, sete,...vinte e quatro


Há algum tempo eu vinha reclamando da falta de tempo para o meu sono. Pois é, minha vida andava levemente atribulada e, desorganizada como sou, deixei meus afazeres para o último minuto. Entretanto, nessas férias suínas deparei-me com o tempo. Sim meus queridos: o tempo. Este mesmo que você conta nos relógios ou nas páginas do calendário. Impressionaste como 24 horas podem virar uma eternidade.
Ultimamente tenho dormido mais de 12. Vezes? Não, horas. E engana-se aquele que pensou que ao acordar estou com a pele perfeita e com a disposição a mil. Levanto com cara de poucos amigos e sem vontade de sair do lugar. Classifiquei este momento do dia como falta de coragem, afinal já não ando entusiasmado com qualquer coisa.
Meus amigos me perguntam: "que desanimo é esse Gabriela?" É minha gente, uma coisa que aprendi na faculdade foi viver sob pressão, e confesso que isso funciona com total eficácia no meu caso. Saber que tudo aquilo é para ontem, que sua casa está em uma situação deplorável e que (surpresa!) tudo deve e vai ser resolvido por você. Claro que com o jeitinho brasileiro damos uma volta na vida e atrasamos pelo menos um pouquinho o prazo de tudo isso.
Nessas horas de ócio tento tapear eu mesma: "vou lavar a louça!" Ledo engano, fico enrolando e até esqueço o que estava fazendo na cozinha. Óbvio que minha louça não se lavará sozinha, mas ah, deixa eu ser feliz com a minha louça suja?
Retomando meu drama da vez fiquei 48 horas sem colocar as fuças para fora da minha humilde residência. Não pense você que estou entrando em depressão, mas antes ficar de bobeira em casa do que na rua, certo?! E além disso, Londrina acordou com aquele típico clima sedutor que te faz pensar 7 vezes antes de jogar para escanteio o quente e aconchegante edredon. Me isolei. É repito: me isolei. Fechei meu casulo e resolvi ficar por aqui um tempo. Meu aniversário se aproxima e minha crise existencial está para bater na porta, e junto dela vem aquela outra, que tive o prazer de denominar como "É TUDO MEU". (Mimada é a m**)
É isso coleguinhas, termino por aqui dizendo que ainda não fechei para balanço, então dá tempo de bater no meu apê para fazer uma visitinha.
Até!
Beijomeinterfona :*

PS: Se vier, traz uma torta. Abraço.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Chora me liga!

"Você não me disse que estava indo embora." Essa frase não bateu como uma bola qualquer que quica, mas sim como uma pedra que cai ao chão e por lá fica. Fiquei sem palavras, por mais que meus amigos saibam que em determinada hora eu teria de ir, estes mesmos não se conformaram em saber que eu não estava mais lá. Não pelo fato de eu ter partido, mas sim pela falta de aviso.
Os momentos que passei ao lado deles foram ótimos. Adoro reencotrar aqueles que desde sempre compartilham das minhas aventuras, não que minha vida seja repleta de emoções. No entanto, confesso que apenas um sabia que meus dias em casa não estavam sendo dos melhores. Naquela sexta-feira em que minhas malas já estavam prontas pensei apenas em ligar para aquela que não via há dias, a mesma que não me ligou durante aquelas semanas e que quase nunca aparece. Planejei avisar a todos que fui embora quando chegasse na minha casa, acho que devo chamá-la assim. Eu confesso: não esperava que eles ficassem chateados.
Não queria ter de repetir a cada um o que se passou naquela casa, só queria esquecer que por uma hora não quis que meu irmão existisse. Pensando aqui com meus botões caí na realidade: eu ficaria irada em saber que eles foram sem se despedir.
Fui egoísta e me dei conta que eles não se importam comigo apenas quando eu me encontro ao lado deles. Eles pensam em mim, sentem minha falta, querem saber como eu estou. E eu? Estou mais preocupada com a roupa que eu vou usar hoje? Com a quantia de dinheiro que tenho para o almoço? Com a chuva que teima em cair? Pois é, acho que eu não acreditava fielmente na consideração deles. Fui tola ao pensar que um simples pedido de desculpas resolveria minha situação. Não sou a única com problemas por aqui, hoje mais do que nunca vi que o mundo não roda em volta do meu umbigo.
Gabriela, o que você vai dizer para eles agora? Que sente muito e que no fim do ano paga aquela torre de chopp que da última vez não tomamos? Que promete não dar mais foras ou algo do tipo? Que avisará formalmente o dia e horário que consta em sua passagem de volta? Acho melhor você pedir desculpas, dizer que não foi por mal e prometer que isso nunca mais vai acontecer.

Me desculpem Juliana, Jéssica, Victor e Guilherme. Eu não fiz por mal, e prometo que isso não vai se repetir.
Vou vê-los daqui a alguns meses e vou fazer vocês rirem disso.

PS: Nem em sonho em banco a torre sozinha. Tenho dito. haha

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quem tá falando? Sou eu

Eu respirei fundo, não faço isso muitas vezes. Há dias não nos falavamos, será que seria como antes?! Foi essa dúvida que me fez por uma hora ficar sem ação em frente ao telefone, pois é, estou com tempo de sobra.
Na primeira tentativa senti meu coração quase pular de dentro do peito. O mantra que eu repeti ajudou a perceber o quão juvenil eu estava sendo: "Gabriela, é só uma ligação!". Tentativa frustrada, ninguém respondeu, a linha caiu, no entanto eu ainda fiquei com o telefone nas mãos. Disse para mim mesma que mais tarde ligaria de novo.
Tentei outra vez, e não é que esse telefone teimava em tocar, tocar, tocar e me deixar cada vez ansiosa. Não era possível que ficaria mais um dia sem falar com ele. Você pode pensar, ficou tantos, um a mais um a menos, não vai fazer diferença. Enganam-se os que pensaram assim.
Depois de três tentativas já não tinha a mesma motivação, resolvi deixar para o outro dia. Finalmente nós falamos.
Não tive de esperar muito, a resposta foi rápido e me atrevo a dizer que houve uma supresa. Não que eu estivesse pensando que ele velaria o telefone o dia todo esperando minha ligação, mas por outros motivos me arrisco no palpite.
Eu estava crente que ia ser uma conversa pálida e sem sentido, mas não foi bem assim. A noite de segunda-feira ganhou um 'que' a mais depois dessa simples ligação. Foi pouco tempo, mesmo sendo viciada em conversas ao telefone, os cinco minutos foram suficientes. Suficientes para saber que amanhã eu posso ligar de novo e ainda ouvir: "que bom ouvir sua voz".



PS: Tá eu sou tonta, deixa eu ser feliz? haha