quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pelo que não é mais

Eu respiro bem fundo e vejo se meus pés estão firmes ao chão. É preciso ter sempre certeza e relembrar tudo o que foi dito, o que foi visto e o que não foi feito. Tentamos, isso não foi mistério para ninguém.
Entre tantas chances, buscas e reviravoltas, prometi que a última vez chegaria. Ela já passou.
Conversa repetitiva não me prende. Sempre gostei de ação e, por mais que eu já tenho dito, foi isso que eu esperei de você. Aquela ligação que você esperou eu também aguardei, a visita, o passeio, a confidência: esperei por todas elas em vão. Tudo tem de ser recíproco, e me surpreendo em pensar que os mínimos esforços sempre tornavam-se grandes acontecimentos.
Hoje, assumo que errei com você e com todos, mas não estou aqui por acaso. Não estamos aqui hoje, conversando de forma torta, nos tratando como se nossa história estivesse guardada em uma caixinha empoeirada, somente pelos meus erros.
Chegamos aqui hoje porque eu sou a Gabriela, que aprendeu aos pontapés o que é dividir e que achou que isso nunca seria preciso com você. Que aceitou sua felicidade, seu amor e decisões, como carta fora do baralho. Sou a garota que se afasta e se isola quando o papo não lhe diz respeito, que não gosta de fazer compras, que vai ao shopping para não ficar sozinha... mesmo odiando o clima e a caminhada desnecessária. Sou também a Gaby que mergulhou em mundo fashion que pouco conhecia, que já torceu pelo seu time e fez de tudo para estar perto de você, mesmo quando você não me queria por perto.
NUNCA achei necessário listar em tópicos e te apresentar de que maneira você também se distanciou e nem ao menos percebeu. Porque, eu não posso ser tão ruim ao ponto de destruir com o que eu mais amava.
Se você nunca foi forte, me contasse...dissesse ao pé do ouvido, juro, esse segredo seria apenas meu. Eu estaria aqui com o que fosse necessário para te fazer sorrir outra vez.
Me desculpe, mas não posso partilhar amor, tão pouco ser o seu papo de fofoca durante um encontro casual pela rua.
Queria apenas ser aquilo que nós fomos, aquilo pelo que eu me doei durante muito tempo.
Meu amor por você não é frágil, só está desacostumado a ser exposto. Eu ainda te amo, mas já não sei o quanto mais quero sofrer para sustentar tudo isso...não sei mais se vale a pena te fazer sofrer.
Eu ainda te conheço, mas é preciso você para me lembrar o que você quer que eu seja.

(desculpe pelas vírgulas mal colocadas e as frases sem sentido, precisa escrever antes que perdesse a coragem. antes que perdesse você mais uma vez.)

sábado, 11 de dezembro de 2010

Platônico

"Eles não conseguem perceber como é real
que a gente se encante com alguém assim.
(...) e nada do que digam vai mudar o que pensamos.
Deixa estar, que agora vamos, já chegou."

Minha alegria de te ver todo dia mata menos de um décimo da vontade que eu tenho de ter aqui, ou de somente te conhecer. Muito prazer, meu nome é Gabriela. Sou eu que procura entre rostos o teu, que busca um dia ouvir tua voz e que já sonhou com você algumas noites.
Platônico, bonito, ingênuo, mas sincero. Queria te dizer, Desconhecido, que, mesmo sem você perceber, é por você que eu apareço. Ultimamente a companhia pouco importa, mas tenho sorte dela ser sempre boa, o que vale a pena é te ver naquela rua. Naquele bar. Te sentir passando ao meu lado. Ter a sorte de olhar no seu rosto e pensar baixinho 'que bonito'. Bonito.
Com a sorte que me acompanha acredito que um dia nos esbarraremos. Vou te pedir desculpas, fechar os olhos e seguir em frente. Coisa boba, mas minha.
Amanhã quero te ver novamente e me sentir aliviada por você ainda não ter partido. Ou voltarei sem esse seu encanto para casa.
Preciso esclarecer que isso não é amor, tão pouco paixão... posso dizer que algo muito bonito. Pode passar como a música que acabei de ouvir. Vai passar.
Boa noite, menino.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Para você, depois dos seis



A sinceridade dessa letra não é para mim, nem para você. Porém...

Eu não sei o motivo, mas hoje pensei em você o dia todo. Olhei para o calendário e vi que dia 27 de outubro não me lembrava nada em especial. Talvez seja culpa daquela música, ou daquela outra.
Fiquei quebrando a cabeça e contando meses, já são seis. Apesar de te ver todo dia, há meses não trocamos uma palavra. Silêncio e cabeça baixa, é assim que posso resumir nosso contato.
Vou te confessar que nessa contagem de dias, percebi que já não sinto tanto a sua falta. Por vezes até parece que você está apenas longe, e é muito estranho dizer isso. Falo de você sem nenhum aperto no peito, cito seu nome em algumas conversas e até dou risada quando lembro de algumas fotos e acontecimentos.
E tudo isso é bem diferente do começo dessa história, acho que te escrevi 7 cartas. Tive coragem de entregar apenas uma, mas recuei, como em todas as outras vezes quando enchi o peito para resolver tudo. Recuei porque é você. Recuei porque eu não te conheço há dois dias, ou dois meses: te conheço há dois anos. Independente do tempo, que ultimamente não tem significado muito coisa por aqui, usei de diversas formas para te descobrir. E o fiz. Se um dia talvez você ler esse texto, vasculhe nessa cabeça que teima em não esquecer nada, que essa não é a primeiva vez que digo isso de você.
Acho que nunca pensei em escrever sobre tudo o que aconteceu aqui, mas hoje é mais um dia qualquer, e duvido muito que as palavras que estão bem dispostas nessa página façam alguma diferença no que já passou.
Com o fechar daquela porta, eu engoli a única palavra que eu precisava te dizer. Foi como um reflexo, bem rápido. Mas foi.
Daquele dia em diante, não me preocupei em estar certa ou errada, me ocupei apenas em consertar as outras rachaduras que provoquei pelo caminho.
Eu me conheço melhor do que ninguém e sei que meu orgulho é pura invenção, mesmo quando provocado, até sendo pisado. É só charme, tenho uma força maior aqui dentro que me faz cócegas nas veias enquanto as coisas não são resolvidas.
Essa tal força me incomodou por alguns dias, mais algumas horas e já não consegue me vencer pelo cansaço tão fácil.
As perguntas 'sobre' já passaram há tempos e as 'por que isso não deu certo' tinham cessado até hoje. Que coincidência. O mundo sabe bem aprontar dessas com a gente.
Não pretendia te escrever nada bonito, só queria dizer que estou bem. Queria esclarecer que amizade é uma via de mão dupla e que seus amigos vão ser sempre seus, mesmo que também sejam meus.
E além disso, aquela carta vai ficar guardada, quem sabe daqui alguns anos ainda lembre seu endereço.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A little while

Sabe qual é o problema? É essa minha cabeça cheia demais e esse meu copo vazio.
É essa vontade de ter a certeza, de ter o conhecimento de tudo o que foi e tudo o que pode ser um dia. É querer saber demais, mesmo não querendo.
É isso que me prende ao chão, é isso que não me deixa pensar além do que eu preciso. Além do que eu preciso para respirar outra vez.
E eu melhor do que ninguém sei o que é bom para mim, sei que desabafar em palavras bem combinadas em uma oração é uma boa escapatório para quem não sabe por onde seguir.
Eu fujo de tudo, mas sempre me questiono sobre o que deixei para trás.
Já quis um amor para vida toda, já quis ser fria e nunca mais amar. Eu quis demais e hoje ainda sou o ser humano que não sabe nada do amanhã e tão pouco da semana que está por vir.
Eu vou me deitar agora, sem ao menos saber se é você que eu sempre quis. Sem saber de mais nada. Nada,...


...meu amigo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Preste atenção, querida

É que bateu aquele vazio, aquele nó comprido que não se desenlaça. Aquela vontade de não sei o que misturada com para onde eu vou. É que eu quero demais, espero demais, tudo demais. Quando é que a vida achou que eu merecia tudo de menos?
Roteiros repetidos com falas já gastas. Histórias sem clímax, finais sem aplausos e mais um repeat ligado.
É que eu espero demais do amanhã e ele só traz o que acha que deve trazer.
Mais uma vez.


E hoje Cartola soprou em meu ouvido: 'Preste atenção, querida, embora eu saiba que estás resolvida em cada esquina cai um pouco a tua vida, em pouco tempo não serás mais o que és.'


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Decidi

Acho que eu te amo. Descobri entre tantos outros pensamentos que não enxergo meus caminhos sem você desenhando parte deles, mas ainda sim busco em lembranças empoeiradas o momento que te vi crescendo em minha vida.
E aí, na mesma noite em que decidi que te amava, perguntei sussurrando 'será que você me ama?'. Eu sei que sim, mas sempre delicio o gosto da dúvida. Se isso importasse eu não teria medo de dizer mais uma vez: eu te amo, mesmo sem querer, mesmo confusa, mesmo inquieta. Eu te amo porque escolhi te amar, escolhi você.
Eu também te odeio, na mesma proporção, pelo simples fato de não te ter aqui.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aquele em que ela faz 20 anos


Foram 20. Tudo em um dia. Lembrei de quase todos, daquele em que soprei as velas apenas com meu irmão e minha mãe na cozinha de casa. Dos tantos bolos que chegaram até a escola, da primeira surpresa. Daquele memorável aniversário de 4 anos, do bico aos 10, do porre aos 18, da tristeza aos 19.
No começo senti necessidade de alegrar o dia 23 com algo que encapasse as más lembranças do ano anterior. Difícil. Juro que até às 11 da noite declarei impossível.
Chorei por horas. Tudo o que eu mais queria era um almoço com meus pais, a pouca fala do irmão mais velho e olhar esnobe do irmão do meio. Queria rolar no piso gelado com o cachorro, cochilar assistindo tv e acordar para mais uma novela em família. Queria quem estava a mais de 400 quilometros. Eu quis.
Não despertei dando bom dia ao sol, pelo contrário, preferi fechar as cortinas e me aborrecer. Empilhei tudo que estava no chão em cima da cama, ainda está tudo por lá, mas dou risada ao lembrar do tempo que vou perder colocando cada qual no seu devido lugar. Resolvi que hoje eu deveria atrasar. O fiz.
Correu tudo muito bem pela manhã, até acreditei que meu dia poderia ser mais animado, colorido e com brilho de festa. Porém, o ponteiro do relógio alcançou bem rápido a marca das cinco da tarde. Já faltavam poucos horas para salvar meu dia e a partir daí pouco me importava.
Nesse dia 23, senti na pele o que ser esquecida. O mundo realmente teima em girar. E engoli a seco sentimentos de 2008. Enfim, proposital ou sem querer, aconteceu. E é nessas horas que pensamos duas vezes antes do terceiro passo.
A minha alternativa depois do fracasso do dia foi dormir. Me encolhi no sofá, torcendo em pensamento para que telefone, campainha ou interfone tocassem em conjunto, mas não me importaria se tocassem sozinhos. Se algum deles tocasse...
Eram mais de 23h, do dia 23 de agosto. Alguém me disse que eu não precisava terminar a noite sozinha, agarrei a companhia com unhas e dentes, com a mesma força que insultei meus queridos em pensamento. 23h20. O meu parabéns. Todos eles reunidos, sorrindo, cantanto. Confesso, não os enxerguei. Tapei meus olhos sem acreditar que eles olhavam para mim, cantavam para mim, desejam felicidades para a matonense que nem sempre acertou com todos, tão pouco está com eles todos os dias. Chorei mais uma vez. Alívio, que alívio. Para quem se perdeu: recebi a mais linda festa surpresa. Sem grandes aparições, sem frescura. Um bolo, que me fez lembrar de casa, da cozinha, da mão suja de chocolate e do abraço apertado da minha mãe. Me senti em casa.
Faltavam rostos entre aquelas palmas, mas não os esqueci.
Eu agradeço a todos: Tuki, Carol, Moda, Johny, Kiko, Marcos, Narrá, Fer, Clóvis, Berna, Fab e Vinny. Agradeço a Luciana por me erguer de um buraco e me lembrar a cada dia de quem eu sou. Com vocês é fácil ser feliz. Ah, como é.
Obrigada mãe por me amar incondicionalmente. Obrigada pai por me deixar ser sua filha. Obrigada Tiago pelas boas risadas que escaparam entre muitas lágrimas. Obrigada Michel por não me esquecer. Obrigada Ju, por um dos presentes mais desejados por mim, uma carta escrita a mão. Obrigada Gui pela ligação que me fez lembrar como é bom estar na Terra da Saudade e Jeh por repetir que ama quando é de amor que eu preciso.
Obrigada Deus, por me deixar viver 20 anos. Até os 21.

Update: Obrigada Naiá por ser minha melhor desde sempre. A minha fonte de cafeína, meu conforto e segurança. Como é bom te ter por perto.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dia claro

Hoje eu resolvi escrever porque acordei de mau humor, mas estou indo dormir sorrindo.
Porque meu dia foi mais feliz, mesmo com o meu corpo estendido no sofá boa parte dele.
Talvez eu tenha acordado mais serena, mesmo com a cara amassada e o sorriso amarelo. Talvez a falta do som do despertador tenha me relembrado de como é despertar sem força, abrir os olhos depois de uma boa espreguiçada.
Estou feliz e confesso que há tempos não sentia serenidade nessas horas. Passou sem dramas, daqui a pouco é outro dia e não sangrei por nada hoje. Acredite quando eu digo: que delícia.
Sou mais eu quando tenho amor sincero a minha volta. Finco-me ao chão quando o primeiro sorriso do dia é o meu. Apesar do dia frio, apesar da chuva rala, apesar dos problemas materiais, meu coração hoje está calmo. Agosto, definitivamente, começou. Serão dias de expectativa, lembranças, decisões e segundos passos.
Até meus 20 anos muita coisa pode acontecer, mas lhes confesso que já posso olhar para cima sem medo da tempestade...enfim.
Mais alguns dias para eu fechar mais uma década, concluir mais um capítulo e abraçar o mundo mais uma vez. Nos vemos em breve.

Obrigada pela ótima recomendação, Youtube.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Foi

Nosso tempo passou, você percebeu? Hoje eu percebi.
E eu vi que nunca compensou as conversas sem fim, os dedos apontados e a cabeça baixa. Eu sempre fui o que eu quis ser e você querendo o contrário.
Foi assim, mesmo não gostando de finais sem pontos finais eu ainda acho que as coisas se acertam quando a gente para de tentar consertá-las.
Excesso de curativo não faz a ferida sarar mais rápido, a cola que conserta o vaso é usada com cautela, é com conversa rasteira que as partes se entendem.
Eu fui mais você quando eu pude, hoje já não posso mais.

domingo, 27 de junho de 2010

Melhor assim


Mas eu quis te dizer tanta coisa que hoje elas apenas se resumem em poucas palavras: é o fim, pena.

Nota 0

Queria lhes confessar uma coisa: que ano chato. Poucas coisas realmente entusiasmam quando o mundo resolve que este não é seu momento. Olha, se isso for uma conspiração entre vocês e o universo, PAREM. Já ficou boring, ok?
Não pedi para ter uma vida cheia de aventuras, mas vida, cá para nós, quantas vezes você fez meu mundo ficar de cabeça para baixo. Vou te dar uma dica, nesse mês mais de 5. Gostou de brincar comigo? Ótimo, agora chega. E por sinal, eu não gostei.
Posso dizer que por causa disso tudo pensei demais no meu futuro. Em relação a carreira, amizades, família e eu. Repensei comportamentos e ações, listei erros e acertos e sabe o que fiz com tudo isso? Amassei e joguei fora. Nunca fui de me prender a regras escritas em linhas de um papel qualquer. Guardo comigo convicções e manias, desejos e certezas e fico feliz em trocá-los de lugar a um simples piscar de olhos. Eles são meus, só meus e ultimamente tenho dito isto para quem quiser ouvir.
Ainda estou bagunçada, com o ânimo de um bicho-preguiça e com coragem apenas para dormir. Depois de tudo o que aconteceu nesse desastroso mês de junho, resolvi não dar mais ouvidos. Ouvi demais, processei por muito tempo e acabou do jeito que ninguém esperava, do avesso.
Estou indo conforme meu passo, se o vento soprar mais forte quem sabe eu não abra os braços e tente voar. E já não sei onde quero chegar, mas sabe...vou com a ânsia de um dia estar lá. Vou sim.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Olha,

...eu nunca te quis longe de mim, eu juro.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Teorizando

Sempre tive problemas com a palavra teoria. Sempre.
Me perdia facilmente com representações teóricos sobre matemática, física, química. Sou a favor da prática, sem ensinamentos.
Pois é, foi no meio de uma aula de semiótica que percebi que entender o mundo teoricamente é uma tarefa complicada.
Queridos professores, todos, sem exceção, de todas as séries, cursos e ensinamentos alheios, a simples pronúncia da palavra teoria me arrepia do dedo do pé ao último fio de cabelo. Me assusta. Apavora, para ser mais exata. Melhor não citar a palavra exatas por aqui... foi fugindo dela que me enfiei no mundo das Ciências Humanas e me dei conta que não adianta fugir dos temores, eles sentem seu cheiro, seguem seu rastro e aparecerem mesmo quando o céu está aberto. Afinal de contas, depois de um céu azul sempre pode amanhecer um dia de chuva.

E é assim, teorizando sobre teoria que chego a finalidade deste texto. Foi querendo enganar a mim mesma, que confundi o errado com o certo, troquei o correto pelo duvidoso e caí mais uma vez em buraco. Todo dia é mais uma tentativa de saída. Em vão. Vou te contar um segredo, até as horas repetem uma vez por dia. Sabe aquela clássica, "o mundo dá voltas?", me deparei com ela mais uma vez. Foi ela quem sussurrou que milagres não existem, sempre podemos dar um passo atrás, mas mesmo consertando tudo a cicatriz vai deixar bem claro que passou, mas doeu.

Não desisti, eu juro. Estou aos poucos recolhendo os meus pedaços que deixei espalhados por aí. Estou usando tudo o que posso como suporte, elixir da força, trampolim. Preciso. Fecho mais um lamento, se quiserem me enviem um muro.



Chega de rodeios, vou partir para prática.
Música linda do meu filme preferido.
Me too.

domingo, 23 de maio de 2010

Ponto.

Não dá mais. A Gabriela cansou. Gabriela já desfez as malas duas vezes, mas na terceira talvez ela não desista. Talvez ela volte para os braços da mãe, o mundo aí fora não foi bom com ela. Ou talvez a pequena só colheu o que plantou. Já não existem mais forças, motivação e espera.
O que foi antes não volta mais, não há conserto para tudo. Palavras não voltam atrás e a falta delas nunca mais poderá ser preenchida. Julgue, eu já não me importo mais...
A menina vai fechar para balanço. Gabriela só quis atenção, conseguiu. Já perdeu, não quer mais. Sua ambição pede mais: dessa vez quer amor, sem distância, pontos de interrogação ou crises. Amor sereno, que só acabe com um gordo ponto final.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Opção

Escrevi repetitivamente em uma folha de papel qualquer, treinei caligrafia e decorei:
"Tristeza não tem fim, felicidade sim..."
Se eu acreditei? Hoje não, amanhã também talvez. Dobrei a folha e não ousei pensar em mais nada. Tentar entender cansa, preferi fechar os olhos. Se for para viver de tristeza que seja de olhos fechados.

domingo, 2 de maio de 2010

Finito

Eu não vou mais abrir aquela porta. Não vou mais respirar do mesmo ar daquela sala. Só quero tempo, distância e sossego. Fique com tudo, esbanje, festeje e me esqueça. Eu nunca fui mais do que mais uma que lotava seu espaço. Será?
Suas lágrimas ainda estão no meu ombro. Seus problemas ainda perturbam minhas noite, mas chegou a hora do ponto final. Sem querido, meu bem ou amigo. Te dou de presente apenas minha indiferença, conquistada por poucos e nunca antes desejada.
Nessa brincadeira de tentar lhe guiar pelo caminho correto, fui jogada para fora da estrada como lixo. Desmoralizada. Sem forças, mas ainda em cima de um belo salto alto.
Não quero suas palavras, suas construções errantes, sem verbos conjugados e adjetivos desnecessários. A partir de hoje funciona assim: sem você, eu sou eu.

Seus belos olhos azuis não me confundem mais. Sua graça, bela risada e jeito desengonçado perderam o brilho naquela noite. Perdi seu telefone entre as lembranças, esqueci seu endereço na calçada ao lado. E quer saber, não doeu.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E por fim...


É só isso. Se é que você me entende. Se é que aquilo era amor. Se é que era algo. Se é que existiu. Se é que importou. Se é que lembram. Sem delongas, eu já não vivo apenas de finais: aprecio o clímax.

domingo, 28 de março de 2010

Subentendido

Eu queria que bastasse as conversas sem rumo, as noites sem sono e você bem longe. Queria que bastasse o amor que sentia, o que não veio, o que doeu. Queria o suficiente para viver, para te esquecer, o necessário para mim. E tudo seria da minha maneira, moldado aos meus desejos, escrito com as minhas palavras e resumido em poucas linhas. Seria belo ao meus olhos, coberto por brilho e com cheiro de chuva.
Mas ao meu lado você não anda mais, suas palavras não são minhas, suas dores não me pertencem, sua atenção quebrou-se em mil pedaços e em nenhum deles me enxergo. Nossa vez já passou, querido. Sou apenas o seu ontem, que bate a sua porta implorando por uma mera lembrança. Hoje sou o que você não precisa lembrar. A peça de xadrez descartada, por você ou por qualquer um que encontrou verdade em seus olhos. Sou o colo que já está empoeirado e que vai continuar sozinho.
Esse meu conformismo é falso. A mais verdadeira mentira. O sentimento de real que nem você conseguiu dar.
Eu tenho medo do que posso ser daqui para a frente. Amargura corrói, tristeza incomoda e amor mal resolvido nunca termina com um ponto final. 'Se o amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer. O que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber'.

Por culpa da terça, do tilt e dessa música.

terça-feira, 23 de março de 2010

Mais um

É que eu fiquei um pouco seca, sem lágrimas. Escondida. Chorando sozinha. É querido, só sei sofrer assim. Resmungo quantos dias faltam, não quero falar sobre isso com mais ninguém. Hoje não posso lembrar que amanhã não te verei, que depois de amanhã também não.
Me disseram para eu esperar, nossas vidas irão se cruzar. Eu acredito em destino, mas não acredito na sorte. É só isso. Me falta seu colo e sua paz. Não procurei em mais ninguém, foi só com você que não temi o futuro.
Não vou mais insistir para você voltar. Até mais.

quinta-feira, 11 de março de 2010

No, don't tell me

Oh, drop dead, I don't care, I won't worry.
Let i go.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sobre mim

Confesso: sou egoísta. E nem tento argumentar que esse egoísmo pode ser normal ou até mesmo bom. Egoísmo é égoísmo e fim de papo.
Quando paro e observo o que de diferente vem andando ao meu lado, vejo que mudei de um tempo para cá. Nunca fui de confiar muito no ser humano, guardava a sete chaves desejos, frustações, dúvidas e opiniões. Bom, nem tudo mudou. A insistente mania de pensar que os que me rodeiam é que devem reclamar, eu ainda não sofri como eles, seus problemas são realmente maiores, ainda não me abandonou. Será que estou sentanda em um bar, escorada no balcão vendo a vida de cada um passar, enquanto eu emudeço e me recolho? O papel de figurante talvez seja mais interessante: sem grandes aparições, sem expressão, nulo. Ser atriz principal da minha vida nunca esteve entre meus planos.
Assumi o perfil de amiga e isso por muito tempo foi o suficiente, até quando notei que eu era a única que participava só dessa brincadeira. Amigos são bons, mas não são tudo. Apesar de tê-los ainda existe a falta de um beijo de boa noite e um sorriso ao raiar do dia. Carência? Não. Falta de histórias, falta de riscos, falta de optar pelo incerto e descobrir o correto. A falta de sonhar com o dia de amanhã, de esperar pelo próximo fim de semana, de pensar alto e de estar... ao lado. Deve ser por isso, descobri que só tenho você para amar, egoísmo. Aceita ser meu par?



*música que tocava enquanto eu escrevia.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

De Londrina a Israel

Dei um gole comprido naquela cerveja quase quente, senti os olhos cheios d'água e não enxerguei em ninguém o que vejo em você. Era noite de carnaval, meu melhores amigos me rodeavam, a marca preferida de cerveja dentro da caneca e o olhar meio distante. A frase que eu uso para justificar algo a muitos serviu como uma luva: nem sempre se pode ter tudo. Entender e aceitar são atitudes distintas e confesso que aceitarei aos poucos, bem aos pocos.
Tenho a insistente mania de sofrer por antecipação, mas não consegui deixar de pensar em como tudo vai ficar depois que aquela porta for trancada pela última vez. Fui pega de surpresa, fingi não acreditar, pensei em te convencer a ficar, mas lembrei do tempo que te conheço. Não que seja uma eternidade, mas te conheço o suficiente para não fazê-lo.
Ah meu bem, venho descobrindo a duras penas que o 'para sempre' foi a invenção de um tolo que acreditou demais nas poucas certezas da vida. Pelo menos o que eu SEMPRE tive de você foi a sinceridade, o abraço apertado e o 'eu te amo' baixinho.
Eu seguro o choro quando penso que você está se despedindo antes de tudo acabar, mas tento me lembrar de que você não é o único amigo que eu perdi para a distância. Infelizmente.
O que me resta dizer é que eu deixo você atravessar o oceano com todas as lembranças e expectativas para sua nova vida. Eu também te amo, muito além do que você imagina, meu lindo. E eu ainda vou falar muito de você, ah se vou.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Falta

Sorrimos e sem entender o que aconteceria daquele instante para frente, juramos não nos perder.
Porque é assim que a vida funciona, perdemos objetos, amores, dores e pessoas. Sem querer. Sem hora, com ou sem dor.
Como eu entendi isso? Quando notei que a falta não chegou quando eu aprendi a amar, ela nasceu comigo. E acredite, ela só vai crescer. Comigo, sempre.
Se ela me faz mal? Pelo contrário, é com ela que tenho as melhores lembranças, recordações embrulhadas em papéis de seda. Com cores e cheiros, com vida e nostalgia além do excitante barulho de papel amassado.
Quer saber... vou ali viver, para sentir falta do que hoje me faz feliz.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Borracha

Nossa história poderia ser escrita a lápis, seria mais fácil consertar os erros, remendar as partes e continuar sem você. Isso mesmo, sem você.
Se por acaso fosse assim, hoje te apagaria. Sem receio, apenas com vontade de não persistir no erro pela milésima vez. Se tivesse sorte, te escalaria para ser co-adjuvante da minha vida. Errei ao te nomear o personagem principal do meu enredo, muito antes você seria apenas um transeunte. Uma fala no meio de tantas discussões. Uma sombra naquela rua escura. Não seria nada.
Agora é tarde, mas te dou a liberdade de sair, sem pedir licença. Te quero por inteiro. Viver de meias-verdades? Não. A metade já não me é suficiente. Minto, ela nunca foi.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quarto

E fui juntando tudo que não prestava, tudo que estava sujo, imundo, o que estava fora do lugar, o que não tinha mais serventia, aquilo que eu não gostava, o que não me servia mais. Peguei de pouco em pouco, aos montes, com raiva, com recordações, sem medo, com vontade. Empilhei e fiquei observando... por horas.
Mudei de ideia. Recolhi o que caiu e guardei. Separei o que eu ainda não tinha cansado de ver e amontoei em um canto qualquer. Enumerei em pensamento quantas vezes já tinha tentado me livrar daquilo tudo. Perdi as contas por conta de um espirro, era muita poeira.
Ouvi alguém dizer "mas ela ainda está lá?". Sim, estou. Como prego na madeira, torto, enferrujado, feio mas, ainda lá. Foi aí que eu encontrei o que eu não esperava. Papel de caderno, amassado, escrita de caneta bic e com as palavras mais esclarecedoras que eu já tinha visto:

"Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram."
(C.F. Abreu)

Fechei a porta e a tranquei pela última vez. Eu já não precisava de mais nada daquele lugar. De agora em diante vou andar de mãos dadas comigo, ah... o amanhã já chega e o que aconteceu hoje só vai ser mais uma história para quem quiser contar.



*Cantarolei essa o dia todo. Acho que foi porque pensei na Ná. :)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Primeiro

Será que é mais uma? Será que eu vou acreditar em mais uma? Quantas já foram, hein? Afinal, sempre que te vejo é uma nova.
Eu só estou cansada dessa provocação, por vezes involuntária. Dessa mania incessante de se dizer meu e fazer longe dos meus olhos o que reprovo e o que não sei.
Já foram tantas águas, moço. Tantas que até nem sei.

Eu só precisava gritar, e sempre o faço com você...

sábado, 2 de janeiro de 2010

09

Eu precisava falar de você, 2009. Que ano.
Desse eu não vou esquecer tão fácil. Sim, eu já esqueci anos anteriores. O importante é guardar o que veio com ele, nada mais.
Como eu amei, como eu gostei de amar. Ah eu ri, ri noites a fio, ri por ver o sol, ri por ver a chuva, sorri por te ver ir embora. É claro que eu chorei. Chorei o suficiente para aliviar, para fazer parar de doer, para deixar no lenço de papel todo o medo do amanhã. Acho que chorei de tanto rir e ri por me ver chorar. Ironias da vida.
Se 2008 foi o ano de descoberta, 2009 foi o ano da consolidação. Pude, enfim, me ver adulta, não que eu tenha amadurecido o suficiente para tal, mas vi o que eu quero ser. Aprendi tanta coisa, desde uma receita boba até montar uma página de revista. Se você acha que isso é coisa pouca, você não viu minhas olheiras, não provou do meu mau humor e nem teve a oportunidade de me ver com as mãos no rosto.
Abriguei amigos, conheci irmãos, descobri meu ciúme, sorri só porque sabia que ela voltaria, ganhei um 'bem' só meu, cresci o suficiente para chamá-lo de baixinho, ah eu segurei as lágrimas e os risos, diminui apelidos, chorei de tristeza no meu dia, percebi que as vezes precisamos distribuir coleiras para amigas, aprendi que o que dói em mim pode não doer nele,que eu preciso mais de oxigênio do que de uma chapinha, e que tem gente com o coração tão grande mas cheio de mágoa.
Nós sabemos que viver sem erros não tem graça alguma, porém não foi por isso que errei. Talvez tenha sido por egoísmo, medo ou até distração.
Quantas emoções, meu Deus. Quantos 'eu te amo'. Até dei de cara com aquele muro de novo, o da realidade.
Quando você foi embora, eu não prometi nada, eu exigi: quero alegria, felicidade é muito passageira para quem não anda com tanta pressa.
Mais prosa, sem rodeios, um caminho mais largo e um belo pôr-do-sol no pé da minha janela. É pedir demais, 2010?