domingo, 23 de maio de 2010

Ponto.

Não dá mais. A Gabriela cansou. Gabriela já desfez as malas duas vezes, mas na terceira talvez ela não desista. Talvez ela volte para os braços da mãe, o mundo aí fora não foi bom com ela. Ou talvez a pequena só colheu o que plantou. Já não existem mais forças, motivação e espera.
O que foi antes não volta mais, não há conserto para tudo. Palavras não voltam atrás e a falta delas nunca mais poderá ser preenchida. Julgue, eu já não me importo mais...
A menina vai fechar para balanço. Gabriela só quis atenção, conseguiu. Já perdeu, não quer mais. Sua ambição pede mais: dessa vez quer amor, sem distância, pontos de interrogação ou crises. Amor sereno, que só acabe com um gordo ponto final.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Opção

Escrevi repetitivamente em uma folha de papel qualquer, treinei caligrafia e decorei:
"Tristeza não tem fim, felicidade sim..."
Se eu acreditei? Hoje não, amanhã também talvez. Dobrei a folha e não ousei pensar em mais nada. Tentar entender cansa, preferi fechar os olhos. Se for para viver de tristeza que seja de olhos fechados.

domingo, 2 de maio de 2010

Finito

Eu não vou mais abrir aquela porta. Não vou mais respirar do mesmo ar daquela sala. Só quero tempo, distância e sossego. Fique com tudo, esbanje, festeje e me esqueça. Eu nunca fui mais do que mais uma que lotava seu espaço. Será?
Suas lágrimas ainda estão no meu ombro. Seus problemas ainda perturbam minhas noite, mas chegou a hora do ponto final. Sem querido, meu bem ou amigo. Te dou de presente apenas minha indiferença, conquistada por poucos e nunca antes desejada.
Nessa brincadeira de tentar lhe guiar pelo caminho correto, fui jogada para fora da estrada como lixo. Desmoralizada. Sem forças, mas ainda em cima de um belo salto alto.
Não quero suas palavras, suas construções errantes, sem verbos conjugados e adjetivos desnecessários. A partir de hoje funciona assim: sem você, eu sou eu.

Seus belos olhos azuis não me confundem mais. Sua graça, bela risada e jeito desengonçado perderam o brilho naquela noite. Perdi seu telefone entre as lembranças, esqueci seu endereço na calçada ao lado. E quer saber, não doeu.