terça-feira, 24 de agosto de 2010

Aquele em que ela faz 20 anos


Foram 20. Tudo em um dia. Lembrei de quase todos, daquele em que soprei as velas apenas com meu irmão e minha mãe na cozinha de casa. Dos tantos bolos que chegaram até a escola, da primeira surpresa. Daquele memorável aniversário de 4 anos, do bico aos 10, do porre aos 18, da tristeza aos 19.
No começo senti necessidade de alegrar o dia 23 com algo que encapasse as más lembranças do ano anterior. Difícil. Juro que até às 11 da noite declarei impossível.
Chorei por horas. Tudo o que eu mais queria era um almoço com meus pais, a pouca fala do irmão mais velho e olhar esnobe do irmão do meio. Queria rolar no piso gelado com o cachorro, cochilar assistindo tv e acordar para mais uma novela em família. Queria quem estava a mais de 400 quilometros. Eu quis.
Não despertei dando bom dia ao sol, pelo contrário, preferi fechar as cortinas e me aborrecer. Empilhei tudo que estava no chão em cima da cama, ainda está tudo por lá, mas dou risada ao lembrar do tempo que vou perder colocando cada qual no seu devido lugar. Resolvi que hoje eu deveria atrasar. O fiz.
Correu tudo muito bem pela manhã, até acreditei que meu dia poderia ser mais animado, colorido e com brilho de festa. Porém, o ponteiro do relógio alcançou bem rápido a marca das cinco da tarde. Já faltavam poucos horas para salvar meu dia e a partir daí pouco me importava.
Nesse dia 23, senti na pele o que ser esquecida. O mundo realmente teima em girar. E engoli a seco sentimentos de 2008. Enfim, proposital ou sem querer, aconteceu. E é nessas horas que pensamos duas vezes antes do terceiro passo.
A minha alternativa depois do fracasso do dia foi dormir. Me encolhi no sofá, torcendo em pensamento para que telefone, campainha ou interfone tocassem em conjunto, mas não me importaria se tocassem sozinhos. Se algum deles tocasse...
Eram mais de 23h, do dia 23 de agosto. Alguém me disse que eu não precisava terminar a noite sozinha, agarrei a companhia com unhas e dentes, com a mesma força que insultei meus queridos em pensamento. 23h20. O meu parabéns. Todos eles reunidos, sorrindo, cantanto. Confesso, não os enxerguei. Tapei meus olhos sem acreditar que eles olhavam para mim, cantavam para mim, desejam felicidades para a matonense que nem sempre acertou com todos, tão pouco está com eles todos os dias. Chorei mais uma vez. Alívio, que alívio. Para quem se perdeu: recebi a mais linda festa surpresa. Sem grandes aparições, sem frescura. Um bolo, que me fez lembrar de casa, da cozinha, da mão suja de chocolate e do abraço apertado da minha mãe. Me senti em casa.
Faltavam rostos entre aquelas palmas, mas não os esqueci.
Eu agradeço a todos: Tuki, Carol, Moda, Johny, Kiko, Marcos, Narrá, Fer, Clóvis, Berna, Fab e Vinny. Agradeço a Luciana por me erguer de um buraco e me lembrar a cada dia de quem eu sou. Com vocês é fácil ser feliz. Ah, como é.
Obrigada mãe por me amar incondicionalmente. Obrigada pai por me deixar ser sua filha. Obrigada Tiago pelas boas risadas que escaparam entre muitas lágrimas. Obrigada Michel por não me esquecer. Obrigada Ju, por um dos presentes mais desejados por mim, uma carta escrita a mão. Obrigada Gui pela ligação que me fez lembrar como é bom estar na Terra da Saudade e Jeh por repetir que ama quando é de amor que eu preciso.
Obrigada Deus, por me deixar viver 20 anos. Até os 21.

Update: Obrigada Naiá por ser minha melhor desde sempre. A minha fonte de cafeína, meu conforto e segurança. Como é bom te ter por perto.

6 comentários:

  1. sabe que me emocionei com seu texto?

    é tão sincero e doce.

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  2. puuuuts esqueceu o jhonny, huhiuhiuhiu

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  3. Mais uma de agosto igual a mim, parece que o mundo inteiro resolveu nascer nesse mês, por onde ando encontro um ou outro, no mesmo dia que eu então nem se fala.
    Parabéns moça, saúde e tudo de mais simples e belo. Estarei por aqui mais vezes agora que to de volta. ;)

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  4. Pois é, tava com saudade já disso aqui. Mas tava precisando de um tempo off.

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  5. e é postada no principal site de matão SAUHSUASHAUS

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