segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Desejo

Minha vontade é de segurar seus rosto entre minhas mãos e mergulhar nos mistérios dos seus olhos. Na escuridão e trevas que eu conheci, mergulhar mais fundo e encontrar a criança perdida que com os olhos vermelhos tenta achar qualquer caminho, qualquer faísca de luz. Nesse meio tempo lhe dizer em um breve sussurro que o amor fica, ela não se transforma em vento que passa e já vai embora. Meu amor se faz concreto e, quem sabe, se ele se perder de mim, você ainda irá procurá-lo, ao trombar com tantas multidões.

Do amor que de tão grande, não cabe nesse peito nu, vai sobrar a sua busca em outros sorrisos, outros olhos, outros braços e abraços, talvez em alguma música ou naquela pedra que dividimos em certa viagem... Vai procurar meu amor pelas ruas, sarjetas, bares, em outras pernas e lábios e jamais o sentirá entre os seus dedos. Os beijos que virão não serão dele, a intensidade dessa paixão que me devassou não te tocará.

Se eu pudesse te olhar nos olhos por mais uma vez, colaria minha testa na sua e, nesse último instante juntos, lhe diria apressada que nenhum outra amor seria suficiente e que jamais seria uma parcela desse que te dei. De graça. Sem juros. E que hoje só me levou ao fundo do meu próprio desejo.

Se eu pudesse...

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