terça-feira, 11 de março de 2014

Procura-se

Procura-se um amor que saiba amar.
Que tenha no peito a coragem, que queira mergulhar no medo profundo que é pertencer a alguém.

Procura-se alguém que tenha medo, o mesmo medo de perder a sanidade, de rasgar a pele em desespero, que tenha receio de acordar assoprando feridas expostas na carne, medo da verdade que é esse amor.

Procura-se alguém que queira ver o mar, enterrar os dedos na areia, dividir a brisa, o cheiro de maresia, que perceba o infinto e o abrace sem rodeios. Temos tão pouco tempo.

Procura-se alguém que saiba permanecer, durar, ser inteiro. Alguém que prenda a atenção apenas com um sorriso e que saiba fugir dos problemas mais simples como a fila do supermecado, o horário daquele filme e as marcas de shampoo.

Procura-se alguém que divida a cama, o travesseiro. Que ocupe o mesmo espaço do meu abraço. Que goste de dormir com barulho de chuva e não deixe a televisão ligada. Que esquente minhas mãos com o calor das suas, e o meu corpo com qualquer sopro de desejo.

Procura-se alguém que tenha cheiro de flor e gosto de fruta. Alguém que invada o odor do meu perfume e que grude nas escamas dessa pele. Que me acompanhe. Que queira andar no meu ritmo. Que decore meus caminhar. Que queira.

Alguém que fique por um segundo.

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