quinta-feira, 21 de maio de 2009

Minha criação de carneiros*


Dormir, dormir e dormir. Dizem que isso é uma das melhores coisas da vida. Claro, são em média oito horas dormidas, oito horas sem nenhum esforço, sem nada em mente. Essas horas têm um poder incrível, podem alterar todo seu dia, seu humor e disposição. Mas e quando a falta de sono insiste em te perseguir?

Virar a noite já está se tornando um hábito. Estou em busca de atividades para fazer nesse tempo, atividades que tentem me convencer que o sono é mais importante naquele momento. No entanto, tudo parece muito mais interessante quando seus olhos não querem se fechar. Noite passada planejei minhas férias. Nada de roteiros de viagem ou algo do tipo, apenas pensando o que irei fazer, quem visitar e em quais momentos. Em noites anteriores me empolguei com a possível adoção de um cãozinho, mas depois de algumas horas, quando o mau humor já se fazia presente, mudei de idéia. Afinal, ele seria mais um motivo para eu não dormir.

A falta de sono também prejudica seu dia. Após planejar minhas férias, apenas em pensamento, me dei conta que já eram cinco da manhã. Finalmente decidi “durmo agora, ou não durmo mais.” Estipulei um prazo, engraçado, mas curiosamente eficiente: 50 carneirinhos ou nada. E funcionou. Durmi, durmi, durmi, demais. Acordei com umas das piores caras, a de quem perdeu um compromisso importante. Parecia que meu encontro com o Getúlio Vargas tinha se perdido. Logo, comecei os insultos. A quem? A mim claro, “como posso ser tão irresponsável, a ponto de durmir demais em plena quarta-feira”. Ótimo, comecei com o pé esquerdo. Era só esperar o que viria.

Passei alguns minutos pensando comigo mesma na maneira mais sutil e firme de pedir desculpas a quem deixei esperando. Esses minutos se transformaram em horas. Não lido bem com pessoas de gênio forte. Tudo bem, até lido. Mas não sei brincar de brigar com elas. Não saía da minha cabeça a imagem da pessoa me dando uma voadora, ou, ainda pior, comendo meu fígado. Agora, percebi que isso era alucinação. Justamente por não conviver com canibais.

Nos fim das contas, não veio nada. A possível briga com a companheira de trabalho não aconteceu. Droga! Perdi meu tempo ensaiando alguns argumentos em frente ao espelho. O tempo sobrou e tudo foi se encaixando no desenrolar da quarta-feira. É impressionante como a falta de uma noite 'apagada' pode influir no seu dia. O mau humor passou. A noite vem se aproximando, mas o sono não. Entretanto, agora já tenho minha estratégia: até 500 carneirinhos. Dessa vez o sono não me escapa. E se escapar mando meus carneiros atrás dele.


*Crônica feita na aula de Técnicas de Reportagem e Pesquisa Jornalística II. O Profº Shoni nos perguntou se sabiamos contar uma história, e ao final da aula fez que nós mesmos compravassemos que sim. Enfim, todos nós podemos contar uma hsitória. Basta querer. :)

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