segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mais uma balada matonense

Você mora em uma cidade com quantos habitantes? 500 mil? 200 mil? 100 mil? Tudo bem, a cidade de onde eu venho provavelmente é menor que a sua. Matão tem 80 mil habitantes, número arrendodado pelos moradores que nunca se importaram em dizer que isso é a pura verdade. É evidente que as ambições de metrópole passaram bem longe daqui, da mesma cidade que usa como pontos de referência outras cidades do interior paulista... sim, se a Terra da Saudade não for o fim do mundo, já é concorrente para o posto.
As opções são poucas e é claro que a grande maioria dos matonenses escolhem a mesma. Festa grande, famosa, no estilo do interior, mas com um 'que' a mais: não é em Matão. Sim, você vê muita gente dizendo que não vai, não tem como. "Ah, sair de Matão esse fim de semana fica caro". Que pena, ou não, alguns conterrâneos vão ficar assistindo Serginho Groisman. Depois de se arrumar, ao olhar no espelho você repara na cara de animação. De quem? Sua é claro. O cheiro de programa de índio está impregnando seu quarto. O negócio é ir para a sala e esperar a carona. Você imaginou um carro cheio de amigos, que trazem no porta-mala um caixa de isopor abarrotada de cerveja gelada, whiskyes e energéticos. Mera ilusão, com a buzinada vamos até o carro. Ao som de Engenheiros do Hawai nos deparamos com um casal de namorados de maõs dadas.
Esse é o momento em que tudo faz sentido e o arrependimento de ter dito sim ao convite te faz engolir seco, ao mesmo tempo que você se ajeita no banco do carro. O caminho até a outra cidade segue tranquilo, até que você pensa: nada pode ser pior do que aquele churrasco com três pessoas desconhecidas e cerveja quente. Serviu de consolo.
Na entrada da festa uma multidão de pessoas... Tá preciso descrever isso de forma que o drama seja visto e interpretado da maneira correta, a que eu vi: uma multidão de pré-adolescentes e adolescentes com seus aparelhos dentários e sombrancelhas por fazer, gritando por qualquer motivo e lhe deixando a sensação de que você cresceu e seus dois fios de cabelo branco que apareceramm depois de algumas semanas de stress agudo, está sendo visto por todos, até pelo vigia de bigode e óculos escuros que acabou de acordar de um cochilo. Agora diga, pode ficar pior? Claro, eu sempre ouço por aí que desgraça vem de penca, e aquele dia era um dia propício. De repente você começa a reconhecer rostos. Um, dois, quatro, sete, quinze, vinte e três. Pois é, isso que dá morar em cidade pequena, rever amigos de infância, de escola, de lugar nenhum, aquele que você zuava quando era gordinho, aquele por quem você era apaixonada todos, todos reunidos no mesmo local. Queridos, nostalgia é um sentimento muito bonito e por vezes desejado, mas ah precisava de uma dose cavalar?
Você dá uma circulada e reconhece o ambiente, cumprimenta por aqui, faz comentários por lá e decide que a única salvação para aquela festa é a bebedeira, mesmo que a cerveja da festa seja Skol. Enquanto toca Lulu Santos você faz a lista de quem poderia estar ali, para zuar beber e causar. Lista feita, o negócio agora é interagir com o casal de pombinhos que realmente se esforça para que o pavio da vela logo termine. A ida ao banhiero é drástica. Mulher é realmente enojoada, quer ir ao banheiro com as quinze amigas exigindo que ele esteja limpo, tenha papel e que a fila não exista. Aquela mulher poderia ter pisado no meu pé com um salto fino, ter esbarrado em mim e derrubado minha cerveja, mas ela conseguiu me irritar apenas com o seu sotaque pernambucano. Nunca tive muito coisa contra os nordestinos, já que minha vó era baiana, mas juro que uma cabelça chata bêbada estressa qualquer um. Ela grita, causa, fura minha filha e ainda faz cara de brava. Dei-lhe um tapa na cara. Tá, esbofetiei só em pensamento... uma pena. Mais uma vez você tem que abstrair, ciente de que vão rolar mais encoxadas, mais bêbados e quem sabe um pouco de risadas.
Depois de um pouco de conversa, uma dançadinha e algumas latas de cerveja, que por sorte estava gelada, decide-se que o melhor a fazer é voltar para Matão e ir comer no lugar que sempre nos recebe bem, onde você encontra as mesmas peças que também tiveram a mesma ideia que você. A moral da história? Não me diga que o Baile do Hawai do Nautico em Taquaritinga é bom e diferente: tem tudo o que tem nos de Matão, inclusive os matonenses.


*Apesar dos pesares, eu me diverti. haha

6 comentários:

  1. "nada pode ser pior do que aquele churrasco com três pessoas desconhecidas e cerveja quente."

    seria esse aquele fatídico churrasco do mês de Março?! HAUhauHUAHuhauH

    te amo!
    saudade!
    ;*

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  2. O que não fazemos pelos amigos.(Lê-se Fernanda!)

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  3. Casal de pombinhos é tenso em Gaby kkkkk
    mas fico feliz que tenha se divertidoo, pelo ou menos um pouquinhoo..

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  4. meoooo............

    queria poder estar com voces pra bebe muito e da regaçoo.....

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  5. Tenho tanta preguiça de lugares cheios, mas sempre acabo me divertindo...
    obrigada pela visita :)

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