quinta-feira, 21 de maio de 2009

Com um pé na frente do outro

E aos poucos eu vou perdendo o medo de redigir, por aqui e acolá. Acho que minha insegurança surgiu no momento em que me vi na situação de 'estudante de jornalismo'.
Vou apostando no que está ao meu alcance. O restante, conquisto com o tempo e se o tempo quiser. Chega de julgar a mim mesma. Nem sei bem o que quero ainda. Então, já basta o que faço até aqui.
Esse é um daqueles textos para mim. Mas sinta-se a vontade para dar uma olhada.

"Já é tarde e mais e mais vou me perdendo em pensamentos. As lembranças que me recorrem são boas, mas deixam uma saudade que é insaciável. Saudade de não ter que se policiar quando digo ou faço algo. Cadê minha 'liberadade'!? Ok, me contento com o silêncio da falta de resposta.
Aos poucos tudo enjôa. Tudo. Sempre há novas coisas e novos caminhos, mas por hoje fico nessa estradinha de cascalho e levemente tortuosa. Onde ela vai parar não sei, entretanto não vai ser neste dia que vou mudar de idéia e ir pra lá, ali, para qualquer lugar.
Essas linhas fazem sentido pra mim. Espero lê-las daqui um tempo. Espero abanar a cabeça e respirar fundo dizendo: acabou! Preciso de mais paciência para mim, a minha apenas já não é mais eficiente.
Por vezes me sinto cheia de problemas, mas juro que são eles que perseguem. Talvez eu jure em falso.
A essas horas nem eu mesma me levo a sério. E você? Desconsidere o que leu, se por acaso leu. Hoje quem sentou aqui e escreveu foi meu stress. Abraço."

Minha criação de carneiros*


Dormir, dormir e dormir. Dizem que isso é uma das melhores coisas da vida. Claro, são em média oito horas dormidas, oito horas sem nenhum esforço, sem nada em mente. Essas horas têm um poder incrível, podem alterar todo seu dia, seu humor e disposição. Mas e quando a falta de sono insiste em te perseguir?

Virar a noite já está se tornando um hábito. Estou em busca de atividades para fazer nesse tempo, atividades que tentem me convencer que o sono é mais importante naquele momento. No entanto, tudo parece muito mais interessante quando seus olhos não querem se fechar. Noite passada planejei minhas férias. Nada de roteiros de viagem ou algo do tipo, apenas pensando o que irei fazer, quem visitar e em quais momentos. Em noites anteriores me empolguei com a possível adoção de um cãozinho, mas depois de algumas horas, quando o mau humor já se fazia presente, mudei de idéia. Afinal, ele seria mais um motivo para eu não dormir.

A falta de sono também prejudica seu dia. Após planejar minhas férias, apenas em pensamento, me dei conta que já eram cinco da manhã. Finalmente decidi “durmo agora, ou não durmo mais.” Estipulei um prazo, engraçado, mas curiosamente eficiente: 50 carneirinhos ou nada. E funcionou. Durmi, durmi, durmi, demais. Acordei com umas das piores caras, a de quem perdeu um compromisso importante. Parecia que meu encontro com o Getúlio Vargas tinha se perdido. Logo, comecei os insultos. A quem? A mim claro, “como posso ser tão irresponsável, a ponto de durmir demais em plena quarta-feira”. Ótimo, comecei com o pé esquerdo. Era só esperar o que viria.

Passei alguns minutos pensando comigo mesma na maneira mais sutil e firme de pedir desculpas a quem deixei esperando. Esses minutos se transformaram em horas. Não lido bem com pessoas de gênio forte. Tudo bem, até lido. Mas não sei brincar de brigar com elas. Não saía da minha cabeça a imagem da pessoa me dando uma voadora, ou, ainda pior, comendo meu fígado. Agora, percebi que isso era alucinação. Justamente por não conviver com canibais.

Nos fim das contas, não veio nada. A possível briga com a companheira de trabalho não aconteceu. Droga! Perdi meu tempo ensaiando alguns argumentos em frente ao espelho. O tempo sobrou e tudo foi se encaixando no desenrolar da quarta-feira. É impressionante como a falta de uma noite 'apagada' pode influir no seu dia. O mau humor passou. A noite vem se aproximando, mas o sono não. Entretanto, agora já tenho minha estratégia: até 500 carneirinhos. Dessa vez o sono não me escapa. E se escapar mando meus carneiros atrás dele.


*Crônica feita na aula de Técnicas de Reportagem e Pesquisa Jornalística II. O Profº Shoni nos perguntou se sabiamos contar uma história, e ao final da aula fez que nós mesmos compravassemos que sim. Enfim, todos nós podemos contar uma hsitória. Basta querer. :)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Primeiro pra mim. Depois pra ela


Por vezes queria ficar sozinha quando estava com meus amigos. Acho que sempre carreguei comigo um espírito de rejeição. A necessidade da ausência. Mas não sei ao certo se essa rejeição é com a minha vida pessoal, meu círculo social ou comigo mesma. Se minha ausência incomoda.
A correria passou por algumas horas. Ainda vejo em mim as 'sequelas' das noites mal dormidas e da compulsividade. Queria que alguém me explicasse que não é descontando em mim que meus problemas vão se resolver, apesar da minha consciência já estar bem ciente disso.
Algumas dúvidas combinadas com o cotidiano me deixam louca. Qual a graça de complicar? Para ter mais gostinho de vitória quando o que você tanto almejava está em suas mãos?.Sou do contra. Gosto das coisas simples. O simples fato de dizer olá em vez de oi já me incomoda.
Simplista. Desencanada. Um pouco solitária.
Ai como aquela menina me faz falta.
Era em momentos como este que ela me fazia esquecer que nem sempre o mais simples ganha. Nem sempre. Cadê aquela pequena? Ô flor..tão linda, forte, cheia de vida.
Que saudade dela.

Mil facetas que fundiam-se em uma só. Só? Hoje fico assim, aqui comigo mesma, na minha. Na boa, sem saculejar.
Que saudade delas. A de perto a de longe. As de ontem e sempre. As que quero levar sempre. Mesmo que o sempre não exista? Tolos. Eu faço o meu tempo. Deixa comigo.
Essa é a hora que eu me acostumo? Sem mais ausência. Sou do contra, se lembra.

Será que no meio do aqui e agora, não acha que podemos nos encontrar de vez em quando?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tempo bem gasta quando se assiste "O Leitor"

Abandonei o blog por várias semanas. Acho que não estava com cabeça para escrever algo. Nunca tive tanta falta de tempo assim. Nunca quis tanto descansar sem peso na consciência.
Assiti O Leitor e me emocionei. Filme que vale a pena.
Abaixo segue a crítica que fiz para o Jornal do Ceca da UEL. :)


O Leitor (The Reader, 2008)

Como remontar um romance, tendo como pano de fundo o nazismo alemão na Segunda Guerra Mundial? O filme O Leitor (The Reader, 2008) conta a história de Michael Berg, advogado alemão que relembra de sua iniciação sexual aos 15 anos com uma mulher mais velha. A mulher em questão é Hanna Schmitz, guarda da empresa de bonde local. Ao ensinar a ‘arte’ do sexo ao garoto Hanna propõe uma troca: antes de praticarem o ato ele lerá em voz alta clássicos da literatura que aprende no colégio. Algum tempo depois Hanna some. O casal que viveu um amor de verão se reencontrará em um tribunal, onde Hanna Schmitz é julgada por ter trabalhado para a SS (exército nazista).
A primeira situação que nos deparamos é o relacionamento de pessoas com idades diferentes. Porém, é interessante acompanhar a descoberta do amor pelo adolescente. Ao mesmo tempo em que é prazeroso notar a reação de Hanna a cada frase lida. A história escrita em uma página de livro toma vida na voz de Michael e isso emociona a alemã. E toda a história do longa gira em torno de um segredo, que é facilmente percebido em algumas cenas, antes de ser revelado em alto e bom som.
Em um segundo momento, somos lançados a outra realidade: o holocausto. O diretor Stephen Daldry (de Billy Eliot) aponta sutilmente a forma voluntária do cidadão comum alemão com o regime de Hitler em seus piores aspectos. Esse fato chega a incomodar já que não é comum termos um romance entre vilã e mocinho.
O jovem Michael Berg é interpretado por David Kross, que estampa de forma clara o adolescente ingênuo que tem em mãos o seu primeiro amor. Ralph Fiennes é Michael Berg depois de muitos anos, sua atuação não lembra em quase nada o menino de 15 anos alegre e apaixonado. Michael adulto parece trazer uma amargura.
Kate Winslet merece um comentário a parte. Ao interpretar Hanna Schmitz consegue passar da frieza nazista a lembrança de verão. A atriz conseguiu mostrar humanidade em um personagem que esconde seus medos atrás de uma moldura dura e fria. Por sua atuação em O leitor, Kate Winslet levou para casa a estatueta do Oscar de Melhor Atriz.