sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sobre mim

Confesso: sou egoísta. E nem tento argumentar que esse egoísmo pode ser normal ou até mesmo bom. Egoísmo é égoísmo e fim de papo.
Quando paro e observo o que de diferente vem andando ao meu lado, vejo que mudei de um tempo para cá. Nunca fui de confiar muito no ser humano, guardava a sete chaves desejos, frustações, dúvidas e opiniões. Bom, nem tudo mudou. A insistente mania de pensar que os que me rodeiam é que devem reclamar, eu ainda não sofri como eles, seus problemas são realmente maiores, ainda não me abandonou. Será que estou sentanda em um bar, escorada no balcão vendo a vida de cada um passar, enquanto eu emudeço e me recolho? O papel de figurante talvez seja mais interessante: sem grandes aparições, sem expressão, nulo. Ser atriz principal da minha vida nunca esteve entre meus planos.
Assumi o perfil de amiga e isso por muito tempo foi o suficiente, até quando notei que eu era a única que participava só dessa brincadeira. Amigos são bons, mas não são tudo. Apesar de tê-los ainda existe a falta de um beijo de boa noite e um sorriso ao raiar do dia. Carência? Não. Falta de histórias, falta de riscos, falta de optar pelo incerto e descobrir o correto. A falta de sonhar com o dia de amanhã, de esperar pelo próximo fim de semana, de pensar alto e de estar... ao lado. Deve ser por isso, descobri que só tenho você para amar, egoísmo. Aceita ser meu par?



*música que tocava enquanto eu escrevia.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

De Londrina a Israel

Dei um gole comprido naquela cerveja quase quente, senti os olhos cheios d'água e não enxerguei em ninguém o que vejo em você. Era noite de carnaval, meu melhores amigos me rodeavam, a marca preferida de cerveja dentro da caneca e o olhar meio distante. A frase que eu uso para justificar algo a muitos serviu como uma luva: nem sempre se pode ter tudo. Entender e aceitar são atitudes distintas e confesso que aceitarei aos poucos, bem aos pocos.
Tenho a insistente mania de sofrer por antecipação, mas não consegui deixar de pensar em como tudo vai ficar depois que aquela porta for trancada pela última vez. Fui pega de surpresa, fingi não acreditar, pensei em te convencer a ficar, mas lembrei do tempo que te conheço. Não que seja uma eternidade, mas te conheço o suficiente para não fazê-lo.
Ah meu bem, venho descobrindo a duras penas que o 'para sempre' foi a invenção de um tolo que acreditou demais nas poucas certezas da vida. Pelo menos o que eu SEMPRE tive de você foi a sinceridade, o abraço apertado e o 'eu te amo' baixinho.
Eu seguro o choro quando penso que você está se despedindo antes de tudo acabar, mas tento me lembrar de que você não é o único amigo que eu perdi para a distância. Infelizmente.
O que me resta dizer é que eu deixo você atravessar o oceano com todas as lembranças e expectativas para sua nova vida. Eu também te amo, muito além do que você imagina, meu lindo. E eu ainda vou falar muito de você, ah se vou.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Falta

Sorrimos e sem entender o que aconteceria daquele instante para frente, juramos não nos perder.
Porque é assim que a vida funciona, perdemos objetos, amores, dores e pessoas. Sem querer. Sem hora, com ou sem dor.
Como eu entendi isso? Quando notei que a falta não chegou quando eu aprendi a amar, ela nasceu comigo. E acredite, ela só vai crescer. Comigo, sempre.
Se ela me faz mal? Pelo contrário, é com ela que tenho as melhores lembranças, recordações embrulhadas em papéis de seda. Com cores e cheiros, com vida e nostalgia além do excitante barulho de papel amassado.
Quer saber... vou ali viver, para sentir falta do que hoje me faz feliz.