quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pode ser melhor longe daqui?



No dia 25 de janeiro de 2007 tomei uma importante decisão em minha vida: vou para Londrina cursar Jornalismo. Já se passou um ano e os reflexos dessa atitude começam a aparecer. Cresci, amadureci em relação as pessoas, mas por vezes me sinto inconsequente em relação aos meus pais. Manter um filho fora de casa não é tarefa fácil quando o seu sustento vem de duas aposentadorias. Essa não é a única fonte de dinheiro para bancar meus estudos, mas a outra não é fixa e nem sempre rende tanto.
Hoje é dia 09 de abril de 2009, estou me preparando para viajar, será a primeira vez que eu volto para casa depois das férias de fim de ano, e ao falar com minha mãe pelo telefone percebi que as coisas não andam bem. O problema: dívidas, dívidas, dívidas. Eu poderia colocar a culpa neles, dizer que isso resultou de uma má administração, que tudo poderia estar certo, se eles não tivessem errado lá atrás. Mas eu seria muito INJUSTA com meus pais. Aqueles que nunca pouparam esforços para o meu bem, e que por amor, se deixaram levar pelas minhas manhas e pedidos abusivos.
Tenho algumas opções para melhorar isso: ir embora de Londrina, trabalhar e ganhar bem, ou ouvir o que meu irmão mais velho tem a dizer.
O sentimento de "sou a pior pessoa do mundo" está aqui. Não sei como agir, não sei o que posso tentar fazer. Tenho sete horas para pensar nisso, mas temo chegar a frente deles e dizer que eu desisto. Será que isso seria uma atitude de honra? Ou apontaria a minha fraqueza?
Posso trabalhar, mas não quero ficar mais um ano em Londrina, não é fácil conciliar casa, faculdade e emprego. Eu tenho uma séria deificiência: não sei fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.
Mil coisas passam pela minha cabeça agora. Pensamentos sem fundamento. Eu deveria ter ido a faculdade, mas essa conversa com minha mãe me paralisou em frente a essa tela. Eu poderia dar uma de covarde e desistir de ir visitá-los. Mas nem para isso eu tenho coragem.
Passarei mais uma noite sem dormir. Porém, dessa vez, não será pelo trabalho de Diagramação ou pela edição de uma matéria para a rádio. Será por um dos piores motivos: peso na consciência.
Eu sou um drama. Faço drama, mas isso sempre fez parte de mim. Me deixe chorar quietinha pensando em um abraço que eu poderia receber de alguém. De repente esse alguém pode surgir e me reconfortar. Afinal, o futuro é incerto. E é incerto em relação a tudo.

Preciso de um conhaque.

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